A dança de nomes para os cargos europeus ganha uma contida animação: depois de despachado o caviloso Blair, e extasiada a audiência com o carismático Juncker (a reavivar as alegres memórias da Comissão Santer), eis que surge uma personagem misteriosa, o estreante H. Van Rompuy, cujas qualidades são de todos desconhecidas, inclusivé na Bélgica, de que é Primeiro-Ministro há uns longos 11 meses, a habilitar-se ao cargo de mestre de cerimónias. O outro cargo, muito mais interessante, mas enigmático, do «Alto Representante para a Política Externa» (Política Externa de quem?), parece que ninguém lhe quer pegar. Parece que o assunto transbordou para a política interna, ao nível paroquial, a propósito da suposta possibilidade de eleição de Vítor Constâncio para o cargo de Vice-Governador do BCE. Aqui todos agradeceríamos se o Dr. Constancio transportasse os seus comprovados pergaminhos técnicos e a sua imensa sagacidade política para outros ares.
Mas a questão dos cargos resolve-se facilmente. Como sucede naquelas empresas familiares de alguma dimensão em que ao fim de duas ou três gerações os descendentes degeneraram, é preciso ir contratar fora. E ninguém melhor que o Bill Clinton, amigo da Europa, por boas e más razões. O homem está desocupado. Paguem-lhe razoavelmente e ele desencamina a Sr.ª Clinton para vir também, para «Alta Representante». Conseguiriam entreter-nos muito melhor do que qualquer dos acima citados.