O novo paladino dos direitos humanos apresentou-se a princípio como um puro e genuíno democrata, "nem herói nem traidor, um americano", pronto a imolar-se pela defesa da privacidade alheia. Entretanto, e prezando menos a própria privacidade, o dito americano emaprelha agora com o Sr. Assange da Wikileaks, também perseguido pelos EUA, e adicionalmente, num processo de assédio sexual, pela tenebrosa Suécia. Depois de proferir alguns dislates que empalideceram a sua imagem de fénix da NSA e da CIA, o Sr. Snowden reconsiderou a sua vocação para o martírio, e pede asilo ao Equador, ou a Cuba, ou à Venezuela, tudo conhecidos faróis da liberdade de expressão e do respeito pelos direitos humanos. Sem deixar de agradecer ao Sr. Snowden a preocupação com a minha privacidade, é pena que a natureza humana o tenha reconduzido afinal ao lugar que, desde o início deveria ter sido o seu: o de personagem de um (mau) filme de aventuras série B.