A disparatada investida contra Vital Moreira e a comitiva do PS pelos manifestantes da CGTP no Martim Moniz não pode deixar de ser repudiada. E é espantoso ver as vestais da democracia neste caso: ou desvalorizam o incidente, ou assobiam para o ar, ou insinuam mesmo que se tratou de uma estratégia calculada por parte do candidato do PS para cair nas boas graças da opinião pública. Mas o que é para mim mais curioso neste triste episódio é que, segundo relata o Público, no meio dos insultos usuais naquelas circunstâncias, em português vernáculo ou em gíria recuperada dos tempos da luta de classes, o candidato socialista foi mimoseado com um (ou vários) «Avô Cantigas». A personagem nunca me foi particularmente simpática, foi mesmo uma das minhas embirrações de estimação, talvez porque a apanhei já a a meio da adolescência, mas nunca pensei que viesse a alcançar o estatuto de insulto... É verdade que não é a primeira vez que ouço utilizar a expressão em sentido pejorativo, mas esta virulência é novidade para mim. Fica a dúvida: o que é que o povo português tem contra o Avô Cantigas? Fica a ser a primeira «grande questão» deste blogue.